Conduzindo por Lisboa, em tarde empastelada de chuva, a banda sonora tocada pelo Senhor Spotify são as Sonatas do Rosário, de Biber. Apercebo-me de que nenhuma outra podia ser mais adequada. Procissão, melhor, Via Sacra, é a descrição adequada para o trajeto de poucos quilómetros, onde vou desfiando as contas de preces e de imprecações, neste cortejo de penitentes como eu. No cômputo geral da grande salvação, por ora bastava-me uma mais pequena. O céu existe mesmo, proclama o livrinho que já esteve na moda. Nesta capital da dor, Éluard que me perdoe, o céu chama-se, simplesmente, chegar.
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