17.1.23

cesariny

o pássaro do meu beiral tem andado em silêncio monástico. há semanas que dele não ouço trinado ao alvorecer, sequer no restante ciclo de rotação da esfera onde ambos pousámos. entendo-o. se eu sofro de mãos frias, ele de asas frias não quer sofrer. eu não tenho remédio senão teclar, ainda assim. já ele, recusa-se a cantar sem calor. o verdadeiro privilégio é poder dizer não. o pássaro aprendeu-o com cesariny, estou em crer.

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