É bem verdade que O Danúbio Azul de Strauss não é a Sétima de Beethoven, e que se na segunda obra é ponto de honra um maestro despentear-se, na primeira terá de se esforçar muito para desalinhar um penteado minimamente competente. Mas em todo o concerto de Ano Novo, o cabelo de Christian Thielemann não se moveu um milímetro da cuidadosa arquitetura com que entrou. Ocasião especial exige laca reforçada, a fazer jus a cabelo meticulosamente tingido e aparado. Beethoven, que viveu pertinho do Musicwerein, onde se realiza o concerto de Ano Novo, teria opinião diferente. A cada cabeça, sua sentença, contudo — e sobre isso até ele e Thielemann não deixariam de concordar.
Eu cá acho que quando eles (engraçado ainda se falar desta profissão tão no masculino) de despenteiam tudo ganha outro fulgor.
ResponderEliminarInfelizmente, ainda é ocupação maioritariamente masculina -- mas algumas das minhas peças favoritas são dirigidas por mulheres, na verdade. Há uma versão dos concertos de Corelli dirigidos por Chiara Banchini que são, na verdade, uma das mais belas gravações alguma vez feitas. Acredito que ela não tivesse -- ao contrário de Thielemann -- problema em se despentear, contudo.
EliminarOh, o charme de um cabelo a despentear-se! Há lá espectador que resista!
ResponderEliminarJá para um ouvinte, o cabelo pode estar rígido como um carapau congelado! 🙃
Beijinho, caro Xil!
Daí eu preferir John Eliott Gardiner, um despenteado compulsivo a Thielemann, um penteado obsessivo. 😊
EliminarRetribuído, Maria Eu.