«Agora, a nuca tem de apanhar um bocadinho de Sol para esmorecer essa risca branca», anuncia Senhor Jerónimo depois de me aparar os restos do cabelo de Primavera, que ameaçavam já arrumar-se em trança de mandarim. «Agora, fazem-lhe falta uns mergulhinhos de mar, para curar isso de vez», anuncia-me Dona Ilda da Farmácia, ir a banhos para me livrar dos efeitos do Outono corrente no meu olhar lacrimejante e voz enrouquecida. Estão a poucos metros de distância, Senhor Jerónimo e Dona Ilda. Se fossem em tudo como são a propor-me o mesmo remédio para os meus diversos achaques, previa-lhes futuro brilhante de trapinhos juntos, até eu me oferecia para casamenteiro, asseguro.