27.10.24

veias de linho

há algo de sagrado no fio que se desfaz
como se cada rasgo sussurrasse um adeus

o tecido guarda, em silêncio, as histórias
que não precisaram de voz para viver

um nó escondido, um ponto ausente
traçam a anatomia de uma perda invisível

e na fragilidade, encontra a força —
uma memória que não ousa render-se

4 comentários:

  1. Os seus poemas estão a ganhar universalidade, Xilre.

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    1. Obrigado, bea — talvez o universo encontre caminho nos versos, sem pressa nem permissão.

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  2. Estão cada vez mais sublimes.

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    1. Obrigado, CC — o olhar perspicaz encontra sempre o que as palavras mal almejam dizer.

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