11.3.25

Saramago em Lanzarote

O mar rodeia a ilha, mas não a encerra.  
Aqui, o silêncio precede os homens,  
a lava dorme sob a terra negra  
como uma verdade à espera de voz.

Saramago caminha entre pedras aguçadas,  
escrevendo contra o vento e o tempo.  
Sabe que nada dura,  
mas as palavras, teimosas,  
são a forma mais lenta de desaparecer.

Ao longe, o oceano repete a mesma pergunta.  
Ele responde como sempre respondeu:  
com um livro aberto,  
com um olhar que não teme  
o peso do ponto final.