O mar rodeia a ilha, mas não a encerra.
Aqui, o silêncio precede os homens,
a lava dorme sob a terra negra
como uma verdade à espera de voz.
Saramago caminha entre pedras aguçadas,
escrevendo contra o vento e o tempo.
Sabe que nada dura,
mas as palavras, teimosas,
são a forma mais lenta de desaparecer.
Ao longe, o oceano repete a mesma pergunta.
Ele responde como sempre respondeu:
com um livro aberto,
com um olhar que não teme
o peso do ponto final.