30.1.23

mestre

peço desculpa, já sabe como é, diz a mãe de menina joana, todos os dias às dezoito e trinta, com tal precisão que podia acertar o relógio. e, a espreitar da outra porta, menina joana, sorriso maroto, bata azul do colégio, acabada de fazer a sua diabrura diária, tocar-me à campainha e fugir. e ao fingir que não sei quem foi, estou também a manifestar a admiração pela consistência de menina. na idade dela também eu tocava a campaínhas, mas nunca com tal longanimidade. nunca é tarde para encontrar mestre. nesta inigualável arte de azucrinar vizinho, curvo-me perante tal diminuta figura, em reverência.

Sem comentários:

Enviar um comentário