2.6.23

Distâncias

O que eu gostaria de ter gostado de ler “Um cão no meio do caminho”, de Isabela Figueiredo. Os livros de que gostamos, esperamos que não acabem, ainda que as histórias que encerram sejam desconfortáveis. Mas ansiei terminar este, e o meu desconforto não se ficou a dever ao neo-neorealismo da história. Antes ao facto de a proximidade face a lugares e tempos — parte da história passa-se na atualidade, a sul e norte de Lisboa — funcionar como uma lupa que amplia lacunas narrativas e (pequenas) incongruências. Talvez eu precisasse de maior distância face à história, para a achar verosimilhante. Ou de maior distância face à História. Ou talvez seja essa a conclusão a tirar de um livro sobre distâncias: a distância precisa de distância para ser entendida.

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