É bem verdade que O Danúbio Azul de Strauss não é a Sétima de Beethoven, e que se na segunda obra é ponto de honra um maestro despentear-se, na primeira terá de se esforçar muito para desalinhar um penteado minimamente competente. Mas em todo o concerto de Ano Novo, o cabelo de Christian Thielemann não se moveu um milímetro da cuidadosa arquitetura com que entrou. Ocasião especial exige laca reforçada, a fazer jus a cabelo meticulosamente tingido e aparado. Beethoven, que viveu pertinho do Musicwerein, onde se realiza o concerto de Ano Novo, teria opinião diferente. A cada cabeça, sua sentença, contudo — e sobre isso até ele e Thielemann não deixariam de concordar.