8.11.24

fragmentos de um rosto

um espelho onde o reflexo não se fixa
e as máscaras deslizam
como sombras num palco vazio

sou tantos quantos cabem no instante
mas nenhum sabe o nome do outro
não há certezas neste rosto partido

quem me vê não me vê
quem sou não sei

4 comentários:

  1. Esta dúvida existencial é sua, nasceu-lhe? Ou está só a poemar?
    Bom fim de semana, Xilre

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    1. Diria que é um pouco de ambas – há dúvidas que nos acompanham como sombras silenciosas, e outras que escolhemos vestir para ver até onde nos levam.

      Bom fim de semana, bea

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  2. "Quem me vê não me vê", isto é um sentimento muito comum e ficou aqui muito bem expresso e de forma bonita. Mas como explicou Damásio, por enquanto, apenas cada um é capaz de se ver a si próprio (consciência de si). Cabe-nos a imensa tarefa de nos dizermos ao outro.

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    1. Talvez seja uma espécie de jogo irresolúvel: dizermo-nos ao outro, sabendo que nunca seremos capturados por completo. Resta sempre uma sombra, um eco que escapa, como se o essencial resistisse à revelação.

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