13.7.25

Não temos cervejas normais

E tremoços, não terá? pergunto eu, ao balcão, a Menina da Cervejaria Artesanal, quando ela pousa a minha Irish Stout acabada de sair de uma das copiosas torneiras da parede. É evidente que em Dublin ninguém faria tal escolha para emparceirar com uma Stout -- lupins, seriously? Mas Menina acena com a cabeça, em sinal de assentimento -- não estamos em Dublin, afinal. Tenho, tenho, responde. Os melhores da cidade. E remata, com indisfarçável sotaque portuense, Temperados com muito amor e carinho. Decerto -- no centro de Lisboa, onde se situa dita Cervejaria Artesanal, ninguém mais tempera tremoços assim, com especiarias e um toque de picante, até. Primeiro estranham-se, depois... não vale a pena requentar o que escreveu o Poeta, decerto não muito longe daqui. Numa palavra: recomendam-se. E entretanto, no outro lado do bacão,  houve um cliente que aqui veio pedir Super Bock. Não temos. O cliente não leu -- ou não soube interpretar, que vem a dar no mesmo -- o aviso por cima do balcão, melhor, um brado: Não temos cervejas normais. Também a palavra normal pode ser um anátema, pois não, leitora?

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