1.1.24

Ópera

Deixei em reserva, como dizem os livros de culinária, a leitura de “The Heaven & Earth Grocery Store”, porque o meu nível de inglês não combina, como eu desejaria, com os dialetos mastigados do sul dos Estados Unidos. Talvez barreira semelhante à que terá quem, não falante nativo do português, se atreva a enfrentar Aquilino, por exemplo. Troquei, em contrapartida, por outro que conta a história da construção da Ópera de Sidney, projeto tão atribulado que o arquiteto — dinamarquês — nunca regressou à Austrália para ver a obra terminada. Nada como um desastre de tal escala para camuflar o meu, ínfimo, de leitura. E nada como concluir que, se a Ópera de Sidney acabou por ser inaugurada catorze anos depois do início da construção, quem sou eu para não terminar um livro só por me perder numa mão cheia de expressões esfarrapadas?

2 comentários:

  1. Faz um delete nas expressões esfarrapadas (é como quem diz, passa à frente) e continua a leitura; se é que deseja terminá-lo. Ou pode esperar pelos ditos quinze anos. Ou desiste de lê-lo, há tanto livro que não leremos na nossa curta vida, que importa se não terminar um?!
    Bom Ano, Xilre! E, como alguém aqui frisou, gostaríamos de lê-lo com mais frequência.

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    1. Bom Ano, Bea! (Obrigado, a escrita, na maioria das vezes, tem vontade própria, que não é a de quem quer escrever...)

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