li as tuas cidades como quem lê sonhos
que nunca soube ter.
as tuas palavras desenham mapas
que me fizeram questionar
se as cidades que vejo
são, afinal, tão reais quanto as que imagino.
escrevo-te de uma cidade
que ainda não existe,
mas que sinto crescer dentro de mim.
as ruas são feitas de sombras,
e os edifícios mudam de cor ao ritmo da memória.
aqui, as pontes não ligam margens,
mas saltam de tempos em tempos,
levando-me para lugares que nunca vivi
mas que me parecem familiares.
dizem que as cidades invisíveis
nunca desaparecem,
porque habitam a paisagem do pensamento,
e é aí que nos encontramos sempre —
entre o que se vê e o que se sonha.
com amizade e silêncio,
Valérie
[de uma carta, que se supõe nunca ter sido enviada, de Valérie Devries para Italo Calvino]
Numa cidade imaginária pode-se sempre habitar o sonho.
ResponderEliminarBoa noite, caro Xilre, e bons sonhos.
Felizmente, nas cidades não imaginárias, o sonho também nos não está interdito.
EliminarUm sábado luminoso, Maria Eu
Um bom livro. Cidades invisíveis, as que nunca desaparecem.
ResponderEliminarBoa noite, Xilre
Ou que estão visíveis para quem as sabe ver.
EliminarBom sábado, bea