27.7.23

Casamenteiro

«Agora, a nuca tem de apanhar um bocadinho de Sol para esmorecer essa risca branca», anuncia Senhor Jerónimo depois de me aparar os restos do cabelo de Primavera, que ameaçavam já arrumar-se em trança de mandarim. «Agora, fazem-lhe falta uns mergulhinhos de mar, para curar isso de vez», anuncia-me Dona Ilda da Farmácia, ir a banhos para me livrar dos efeitos do Outono corrente no meu olhar lacrimejante e voz enrouquecida. Estão a poucos metros de distância, Senhor Jerónimo e Dona Ilda. Se fossem em tudo como são a propor-me o mesmo remédio para os meus diversos achaques, previa-lhes futuro brilhante de trapinhos juntos, até eu me oferecia para casamenteiro, asseguro.

6 comentários:

  1. Aproveito a receita para os meus olhos também lacrimejantes e voz rouca do furoato.
    Infelizmente trança, só com doce de ovos, na pastelaria fina do bairro.

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    1. A água é cura universal, especialmente se acompanhada com 90% de whisky de boa origem.

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  2. Comigo é o lado direito da testa. Os caracóis rebeldes deixam um triângulo escaleno a branco cal!

    Beijinhos, caro Xil. Bons banhos!

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  3. E viva a rebeldia, ou como diria Sandino: «Patria libre o morir!»

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