Dona Almerinda anunciou, no serviço, que vai ser mãe, o que foi motivo de celebração e júbilo, naturalmente, para todos os colegas e circundantes. Elegante que é, às trinta e cinco semanas praticamente nem se faz notar o estado interessante, o que justifica, em parte, que só agora ela o tenha descoberto.
A outra parte, provavelmente, é porque, quase a dobrar o marco dos cinquenta, o último dos três outros filhos já se deu a conhecer ao mundo há tantos anos que ela, pois claro, já esqueceu processos e sinais.
Ah, para a memória, o tempo é o vento para as dunas.
D. Almerinda está metida em trabalhos que, a correrem bem, serão uma benção. Um filho é sempre uma benção, nova vida, uma certeza com todas as possibilidades em aberto; pode essa estaca azedar com os anos, mas também mudar-se em realidades inesperadas, uma doçura e orgulho no coração dos pais. Ambas estarão presentes e em todos os cambiantes, a vida, por mais que o queiramos - dava jeito - não é a preto e branco. Talvez, como afirmava Sophia, todos sejamos heterónimos uns dos outros.
ResponderEliminarBom dia
Quem seria eu para discordar? A perplexidade -- dela e circundantes -- foi a descoberta tardia e inesperada... Mas é, sem dúvida, uma boa nova.
EliminarElegante, com 50 anos e grávida?! Dona Almerinda é um milagre. Oxalá tudo lhe corra bem, de acordo com essa condição quase divina.
ResponderEliminarSobretudo, só agora -- há poucos dias -- tendo chegado à conclusão de que as indisposições se deviam à gravidez. Milagre é, realmente, o termo que melhor define tal sequência de eventos.
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