Depois de ter levado a primeira metade do ano a ler quase em exclusivo poetas portuguesas e portugueses, livros publicados nesta década, constatei hoje, ao rever a lista de títulos e autores, que não recordo qualquer poema, um verso sequer, algo que possa dizer numa tertúlia literária, numa sombra de esplanada. Não haverá, decerto, relação com a qualidade das obras, com a arte dos escribas ou o olhar cirúrgico dos editores. A falha só pode ser da minha esparsa memória, das noites curtas e dos dias longos, do excesso de leitura, ou -- talvez mais acertadamente -- da falta de leitura. Porque, quem sabe, me escapou quem me faria decorar versos como me aconteceu ao longo de décadas com Eugénio, com Herberto, com Sofia, com Pessoa (claro). A solução é sempre, em caso de dúvida, ler mais. Tenho a certeza de que a leitora não discordará -- pois não?
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